(mas os controladores precisam mais do que isso!)
Por Eduardo SILVERIO de Oliveira - Cap Esp CTA O autor é Chefe da Subdivisão de Infra-estrutura do ICEA e mestrando em Educação na Universidade de São Paulo (USP), na linha de pesquisa Educação e Linguagem.
Toda vez que se pensa no ensino do inglês
mais cem mil membros das forças armadas.
no SISCEAB, logo vem a necessidade do uso
dada aos lingüistas: a de utilizarem as con-
Também prepararam livros de frases e discos
de um laboratório de idiomas. Tenho a im-
clusões de seus estudos sobre a língua dos ín-
pressão de que está consolidado o pensamen-
dios americanos, uma linguagem exclusiva-
Quero chamar a sua atenção para as razões
to de que se ensinar línguas, dentro do Co-
mente oral, e sem qualquer registro escrito.
de o DLIELC estar numa base militar, pro-
Daí, surgiram inúmeras contribuições para o
duzindo material para o ensino do inglês até
necessariamente pela utilização dessa ferra-
ensino de línguas estrangeiras, como a ênfase
menta, que é encarada como uma verdadeira
na linguagem oral, na língua falada.
panacéia no ensino de línguas estrangeiras.
jornais falaram dos resultados “milagrosos”
Com o estabelecimento do American Lan-
participação dos Estados Unidos no confli-
do ensino. Surgiu uma controvérsia sobre os
guage Course (ALC), pelo COMAER, como
to, já havia se formado um grupo de lingüis-
méritos ou não do novo sistema, mas a ver-
“método único para todas as Escolas subor-
tas, o American Council of Learned Societies
dadeira prova veio depois da guerra, quando
dinadas”, (ICA 73-108, p: 2-1), o uso de la-
foram implantados métodos parecidos nos
boratórios ganhou ainda mais força, já que
o ALC está fundamentado na sua utilização.
sidade de que um grande número de pessoas
Não há como dissociar o ALC do uso de um
falasse e compreendesse as diversas línguas
eram de oito a 12 horas de aula por dia, du-
com as quais as tropas teriam contato. En-
rante um período de seis a oito semanas. Os
Não sei se causa estranheza aos usuários do
tretanto, os métodos de ensino tradicionais
soldados não fizeram outra coisa a não ser
ALC o fato de ele ter sido desenvolvido por
eram lentos e considerados não muito apro-
aprender a língua durante esse período. A
um centro lingüístico, que se acha dentro
média de alunos por classe era de dez a 12,
de uma base aérea americana - o Centro de
e se insistia demasiadamente na aquisição
Língua Inglesa do Instituto de Línguas do
güistas renomados para desenhar um progra-
da conversação, excluindo-se parcialmente a
ma especial de ensino de línguas estrangeiras
leitura, a escrita, a composição e a literatu-
Aérea de Lackland, no Texas - mas adianto
ra (foco da aprendizagem dos europeus). A
prática da conversação e dos exercícios orais
era ministrada exclusivamente por nativos,
existia grande interesse na aprendizagem de
feccionou um programa lingüístico para o
que não eram necessariamente professores. A
línguas pelos estadunidenses, diferentemen-
ASTP (Army Specialized Training Program
instrução gramatical era dada por professores
te dos europeus, que já estudavam línguas
– Programa de Treinamento Especializado
com conhecimento lingüístico, mas que não
estrangeiras para ter acesso, principalmente,
para o Exército), que foi considerado revolu-
cionário. Foram os lingüistas que dirigiram o
A posição geográfica dos Estados Unidos
concentrar o seu foco no laboratório, fazen-
era um outro agravante, pois não era fácil ir a
do o papel do nativo, e as aulas gramaticais
um outro país para praticar a língua estuda-
eram novos, mas sim, a sua combinação. O
ficarem a cargo dos professores ou de instru-
da, sem vencer grandes distâncias, problema
programa combinou a técnica utilizada por
tores militares, em uma sala de aula à parte.
Berlitz (um dos maiores representante do
Os discos, as transmissões de rádio, os fil-
Método Direto, que fundou sua primeira es-
mes estrangeiros e os diversos dispositivos
na Segunda Guerra Mundial, surgiram duas
cola em 1878), ajudas mecânicas e algumas
técnicos e mecânicos foram amplamente uti-
situações favoráveis ao aprendizado de uma
características controversas (as que foram in-
lizados para o aperfeiçoamento da língua em
segunda língua: a motivação para aprender
corporadas à nova metodologia a partir do
estudo. A escolha dos alunos para os cursos
línguas européias, assim como algumas lín-
estudo das línguas indígenas). O ASTP ensi-
guas asiáticas e orientais, e a oportunidade
nou cerca de cinqüenta línguas estrangeiras,
tidos alunos com conhecimento lingüístico,
inclusive a francesa e a alemã, a pouco de
com alto nível de inteligência e uma moti-
AEROESPAÇO
vação muito forte (por exemplo, a sua pro-
adota o ALC, os conceitos de língua, a lin-
tipo de diálogo e com o material, já que os
moção profissional dependia muitas vezes da
guagem, o aprendizagem de língua etc., que
exercícios também têm o costume de serem
aquisição da língua estrangeira). Não é difí-
subjazem todo o processo de ensino-apren-
cil, então, entender o sucesso destes alunos.
dizagem do inglês, podem não ter sido bem
O que se escuta no laboratório, em alguns
Depois da Guerra já não se necessitava
compreendidos ou compartilhados por todo
métodos, muitas vezes está divorciado da re-
mais do programa de línguas nas forças ar-
alidade. Assim, se o aluno sai do laboratório
madas, mas havia-se obtido uma experiência
Daí surge a pergunta: essas crenças nos fa-
e encontra uma situação lingüística de ver-
muito valiosa no ensino de línguas estran-
rão atingir nossos objetivos? Se a resposta for
dade, mesmo que as estruturas lingüísticas
geiras. Assim, os centros mais modernos de
sim, não há o que se questionar, a escolha foi
sejam muito parecidas com a que ele acabou
ensino de línguas começaram a utilizar, de
boa. Mas, se a resposta for não, estaremos
de aprender, ele não consegue utilizar seus
forma modificada, suas características mais
Para a adoção de um laboratório de línguas
Outro ponto que merece atenção é que,
de de fluidez na conversação se converteu
ou de qualquer metodologia, precisamos co-
sendo o foco do laboratório o desenvolvi-
nhecer as suas características, as nossas reais
mento da habilidade de escutar, o aluno que
necessidades, o nosso momento histórico, a
tem o objetivo de falar, pode sair frustrado.
realidade do nosso público-alvo, nossas limi-
Infelizmente, o uso de laboratórios ainda
está muito associado à metodologia estrutu-
ralista, que pressupõe a formação de hábitos
a todas as necessidades, vale sempre o velho
O laboratório de idiomas é considerado o
deve ser apresentada dentro de uma seqüên-
lugar ideal para a prática de exercícios repe-
cia rígida (mas que ninguém sabe, ao certo,
titivos, os chamados drills. Cada aluno, em
de onde surgiu e porquê), e que está funda-
sua posição, escuta as gravações quantas ve-
mentada na teoria psicológica do behavioris-
zes quiser, e se não entende algo, pode parar,
voltar e escutar a parte que não entendeu.
As fitas são gravadas por nativos, e mesmo
do ASTP e sofre das vantagens e desvanta-
que seu professor não seja nativo, o aluno
gens do uso do laboratório. Não cabe simpli-
tem a possibilidade de escutar a língua tal
ficar tudo o que foi dito com a afirmação de
nas Forças Armadas ratório de idiomas? Qual como é falada no país de origem, isso sem que o ALC é bom ou ruim, pois adjetivá-lo,
falar nas diferentes vozes, tons e sotaques das
pura ou simplesmente, não é o meu objetivo.
gravações. Outro fator de destaque é que o
Mesmo porque ele é extremamente coerente
aluno não se vê obrigado a responder uma
dentro dos princípios metodológicos sob os
pergunta na frente dos seus companheiros,
se arriscando a ser zombado, caso cometa
A escolha ou a adoção de qualquer mate-
uma falha. Ninguém escuta suas respostas,
rial ou recurso didático para o ensino de lín-
salvo o professor, mas nem sempre o aluno
guas estrangeiras é um processo científico, e
percebe que ele está ouvindo a sua repetição
deve ser feito por profissional especializado.
Não devemos nos afastar durante o processo
de escolha do seguinte questionamento: ele
boratório é que cada aluno pode trabalhar
atende às necessidades lingüísticas do públi-
no seu próprio ritmo. Os alunos mais “rápi-
dos” não precisam esperar seus colegas mais
Se as reais necessidades de uso não são
“lentos”. Quando acabam os exercícios de
contempladas pela metodologia, estaremos
como elas não são explicitadas, não nos da-
uma determinada fita, podem pegar outra
cada vez mais reforçando a sátira que é feita
mos conta. A toda essa teoria interna preferi-
na biblioteca ou no próprio laboratório. O
aos cursos de inglês através do bordão “the
mos denominar de crenças ou paradigmas.
laboratório está sempre disponível, diferen-
As crenças do que seja educação, do que
temente do professor. Entretanto, devido à
Acrescento que crítica semelhante já foi
seja o papel do aluno e/ou do professor, do
sofisticação e ao custo dos equipamentos,
que seja uma prova, do que seja falar uma
não é isto que temos visto na prática de nos-
Abbott, com o acrônimo TENOR (Teaching
língua estrangeira, de como se ensina a gra-
English for No Obvious Reason – Ensino do
mática, do que seja proficiência numa de-
terminada língua etc. são combustíveis para
os diálogos reproduzidos nas gravações são
todas as nossas escolhas em termos educacio-
monótonos e artificiais, devido à crença de
cos diferentes têm necessidades e propó-
que a gramática deve ser apresentada numa
sitos diferentes, e a adoção de um méto-
Ao se adotar a ferramenta-laboratório para
do único para o ensino da língua inglesa
o ensino de uma língua estrangeira, me pare-
o mais complexo. Como conseqüência, os
pode não atender a todas as necessidades.
ce coerente a escolha do ALC. E quando se
alunos se aborrecem rapidamente com esse
AEROESPAÇO
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Name: Gary Provost Phone: _303-506-3750_____ Email: _gprovost@q.com _ 1. PERSONAL BACKGROUND Raised in Pueblo, I graduated from CU-Boulder with a BS in Computer Science. I have had an eighteen year career in Information Technology in the Denver metro area. I am currently serving as the Vice President of Infrastructure Services at Dex One Corporation. In this role, I a