Etica contemporânea - eliana sales paiva – maio – 2008 – seminário da prainha

UM RECORTE DEMARCADOR NA ÉTICA
CONTEMPORÂNEA: A PERSPECTIVA TERAPÊUTICA.
Resumo: A contemporaneidade colocou em “xeque-mate” a crença messiânica da
ciência, pois na realidade a ciência, que havia prometido uma verdade e um
progresso, lançou a todos e tudo num reduto de incertezas. O debate sobre a
atuação da ciência aparece avindo dos outros saberes como da arte, da filosofia,
da religião, da política; todos com o mesmo foco: a questão ética, gestando essa
“paixão triste” que estamos vivenciando: uma “patologia da ação”. Dessa
observação tento reflexionar que a atualidade é marcada pela passagem da era
política (da visada crítica da escola de Frankfurt, ou da perspectiva de emancipação
alemã, ou da proposta de engajamento francês, ou da inovação de uma re-significação ético-política da estética incentivada pela biopolítica) para a era terapêutica (de Watzlawick, Berne, os programas NLP: Programação Neurolinguística, Pensamento Positivo, Tratamento de Neuroses e Psicoses Pessoais). Palavras-chave: Paixão triste. Patologia da ação. Era política. Era terapêutica.
Abstract: The contemporarity put in “check mate” the messianic belief on science,
for really science, that had promised a truth and a progress, launched everyone
and everything in an incertainty place. The debate about the performance of the
science shows up by coming from other wisdoms as art, philosophy, religion,
politics; all with the same source: the ethic question, generating this “sad passion”
that we are living: an “action pathology”. From this remark I try to consider that
present time is marked by the change of the politic age (from the aimed criticism of
the Frankfurt school, or from the German emancipation perspective, or from French
exertion proposal, or from innovation of ethic and politic re-signification of the aesthetics
incetived by biopolitics)
to therapeutic age (from Watzlawick, Berne, the NLP
programs: Neurolinguistic Promagration, Positive Thinking, Personal Neuroses and
Psicoses Treatment).

Keywords: Sad passion. Action Pathology. Politic age. Therapeutic age.

O discurso ético-institucional (Estado, Igreja, Escola, Institutos de
1 O indivíduo humano é tratado pelo Estado como um bem-político e que pode torna-se incluído (como proprietário, cidadão) ou excluído (como prostituta, mendigo, analfabeto, desempregado, negro, etc.), pela Igreja como criação do criador (um filho de Deus que pode Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008
Pesquisas Científico-Técnológicas, etc.), há séculos, tem se baseado na Verdade. E Verdade sendo compreendida como a validade ou eficácia dos procedimentos cognitivos e estabelecidos universalmente. Verdade, entendida, de fato, em geral como a qualidade pela qual um procedimento cognitivo qualquer torna-se eficaz ou com êxito. Evidentemente que todas as dimensões de saber visam atingir verdades, mas não se trata de verdade sobre o fato, entendido na modernidade, como uma possibilidade objetiva de verificação, de constatação ou de controle e previsibilidade, que é uma verdade a ser atingida por processos de racionalização numa expressão: adequação do pensamento a algo objetivo.
Mas, o que inicio por questionar é exatamente sobre esse conceito
de Verdade, tento deslocar e referir as verdades buscadas, que mantêm uma estreita conexão do fato com a atividade racional, expressa de diversas maneiras, ignorando completamente a antítese estabelecida entre fato(s) e processos de racionalidades múltiplos. Aceito e divulgado como importantíssimo no debate público das verdades, a análise das diversidades visadas, os argumentos são postos “na berlinda” e não em cumplicidade com as ideologizações impostas por poderes autárquicos e/ou representativos do capital e/ou das redes de um capitalismo conexionista. tornar-se súdito ou desertor), pela Escola como um animal-racional que precisa ser adestrado e que pode ser amelhado pela prudência, mas não pela sabedoria, e pelos Institutos de pesquisa como objeto, um artefato, que pode tornar-se sucesso ou fracasso da intervenção clinica e/ou cirúrgica. Todas as instituições nivelam o homem a “bonecos” com o mesmo desvalor, em nome de um valor ilusório: do homem tornar-se sobre-homem (para retomar Feuerbach e Nietzche). E assim, os homens tornam-se respeitáveis tanto quanto um espantalho, co-denominados de herói, mártire, patriota, seguidor, religioso, cientista, intelectual,. etc. Mas, na realidade, todos e cada um, ao se adequar, tornam-se apenas um útil serviçal. Um útil serviçal, que se permite ser tratatado como inoscênte útil, por que não luta contra a injustiça das formas de escravização economica, nem pela mundialização do neoloberalismo. Institucionalizadas pela lei, ou pela fé, ou pela lavagem celebral, ou, mais atualmente pelas 8.000 terapias (psiciterapêutica e psiquiatricas). 2 Essa caracterização pode-se aplicar igualmente tanto aos conceitos que vêem no conhecimento um processo mental quanto aos que nele vêem um processo lingüístico ou signo. 3 RIFKIN, J. A era do acesso. S.P.: Makron, 2002. Num outro contexto, ao analisar o que ele chama de erro de acesso, em que já se trata tanto de possuir ou não possuir bens, mas de poder acessar serviços, diz que hoje se dá entre aqueles que estão conectados e os desconectados. O problema é quando o acesso migra do âmbito político-social para o âmbito eminentemente comercial, com o aval das técnicas de auto-ajuda, de entretenimento, de lazer, de incentivo ao consumismo como relaxamento, etc., anulando completamente a capacidade das pessoas compreenderem a relação opressora do poder econômico nas metamorfoses da produção, reprodução, circulação e consumo. Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008
Quando as informações passam a ser entendidas como acontecimentos e o fato passa a ser compreendido como facticidade, então a verdade deixa de ser absoluta. Contudo, ainda falta: para se tornar acontecimento ou evento, faz-se imprescindível a acessibilidade: o direito a todos de acessar as informações e as diversas leituras dessas informações. Todavia, ainda existe uma lacuna a ser estimulada: a motivação da população em se engajar com as notícias e exercer uma participação fundamental de denunciar, tanto o ocorrido como também os jogos de verdade-mentira e da desinformação.
Eis aí o nexus de ética, que compreendo ser de fundamental
importância tratar: não é o compromisso com a verdade, mas, buscando um futuro não-bárbaro. Todos nós estamos vivendo com um pé num mundo em desaparição e com outro pé num mundo que está surgindo, e não sabemos como será. Mas certamente aguçar a criticidade, a interpretação e a criatividade faz-se necessário, pois a filosofia costuma punir o leitor ingênuo, negando-lhe o acesso a seu universo. Além de postura inicial, considero importante que os intelectuais efetivem alguma habilidade de intervir na esfera pública, bem como busquem que a história e a cultura sejam publicizadas e acessíveis a todos, com uma postura mais deliberativa, pois é a impotência contra uma realidade de opressão ou da relação opressor-oprimido que é ponto de partida e não uma impotência contra a natureza. Essa incompreensão gera a mais desesperada amargura contra a subjetividade ou a existência finita cotidiana.
Mas a subjetividade é impalpável, intangível e inquantificável; pois
a subjetividade é um campo de vivências, de experiências afetivas, de toques pessoais, de abertura, de conexões e fugas, de criação de sentidos, de agenciamento coletivo, de produção de si. E o império capitalista, juntamente com as instituições e particularidades que sustentam (quer pela participação, quer pela indiferença), não são alheias a essa dimensão subjetiva.
Como poderia o império capitalista e as instituições se manterem
4 Acesso às notícias circunstancializadas de realidade e não simplesmente de manipulações implícitas e negadoras de facticidade, as quais a imprensa divulga. 5 Podemos citar vários exemplos: das distorções dos interesses da política, dos Serviços Secretos, da economia financeira e bancária, da máfia, do mercado de armas, do tráfico de drogas, etc. 6 BOLTANSKI, L. e CHIAPELLO, E. Le nouvel esprit du capitalisme. Paris: GALLIMARD, 2000. Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008
caso não capturassem o desejo de milhões de pessoas? Como se expandiria se não vendessem a todos a promessa de um modo de vida, suscitando necessidades de desejos? Pois parece um fato: “o que hoje compramos cada vez mais são maneiras de ver e de sentir, de pensar e de perceber, de morar e de investir, ou seja, consumimos formas de vida”. Essa circunstância é fato geral, da população de miseráveis às elites; no consumismo atual, o consumidor e seus desejos tornam-se mercadoria, objetos e os desejos fundamentais do homem, como amor afeição, ou respeito reciproco se compram graças a propaganda capitalista em forma de carros Hylux, Mercedes, em sapatos da Nike, de vestidos de Karl Lagerfeld e perfumes de Channel, paletós de Armani e camisas de Boss, então o homem mesmo com seus desejos e mercadoria é um objeto sem alma, ele transita de uma condição de cidadão para um capital humano da Sociedade Anônima (S.A), onde ele trabalha. Ele tem um valor que se pode objetivar na produção e, por isso, ele também pode ser substituído de uma hora a outra por um outro capital humano, mais jovem, mais eficiente. A produção não é pela condição da subjetividade, mas pela acumulação do capital do dono da Sociedade Anônima. O homem só se torna instrumento e não se estabelece como meta (em oposição a filosofia de kant) o capitalismo do consumo objetiviza e instrumentaliza o homem totalmente, isso faz com que ele se aliene (aliené) e depois gera a necessidade - na visão da economia - de uma terapia., claro do psiquiatra que norteia o paciente. e assim, o sistema capitalista fica autopoiético e nunca se muda e os homems ficam mais e mais neuróticos, psicóticos e doentes somatizados. Será que se faz mister, de novo, de uma análise critica da sociedade doente para liberar o homem do sistema econômico doentio e mortal do neoliberalismo global? É faticidade cíclica: a sociedade está se constituindo doente, o homem está adoecido e adoecendo tudo ao seu redor.
Vejamos o que está acontecendo: os valores como condições de
vida estão sendo colocadas numa redoma de punitividade; a
7 PELBART, Peter Pál. Exclusão e bio potência no coração do Império. Palestra apresentada em
2004. Professor da PUC-SP, autor do livro A vertigem por um dia. S.P.:Ilunimuras, 2000.
8 Podemos elencar vários exemplos, vejamos a problemática da pedofilía. É um fato que a
questão da pedofilia ainda é bastante negligenciada. E a consequência da indiferença ou da
exaltação piegas é o não enfrentamento com o problema. O que reduz a pedofilia a doença
ou a aceitação de vistas grossas. Ambas as maneiras, empurra a sujeira para debaixo do
tapete, porque apenas pune ou esconde-se uma situação que é eminentemente existencial e
política. E a Igreja não tem se posicionado diferente dessa mesmice perniciosa; nem com
seus fiéis e nem com seus formadores (desde os seminaristas até os representantes clericais
de mais alto escalão). Nesse sentido, creio que a Igreja tem gestado nos seus membros, uma
Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008
afetividade, as possibilidades de relacionamentos, a autonomia de escolha, o engajamento, o orçamento participativo, as atividades culturais, os exercícios das expressões, as leituras com ironia e bom humor, a desfaçatez das tramas, o questionamento na obsessão compulsiva do consumo, estão sendo inquiridas pela vida privada em detrimento da vida pública; a indiferença com os milhões de miseráveis, o progresso como sinônimo de desenvolvimento industrial e mercadológico, dentre outras temáticas, estão sendo abstratamente discutidas e, mais constrangedor, se impondo à necessidade de dar conselhos. Daí a criação de inúmeras terapias que visam à auto-ajuda, mas mantêm a mente do indivíduo mobilizada. Sabemos que a auto-ajuda, terapia do acompanhamento paulatino, pretende encarar a opressão que pesa sobre as pessoas no cotidiano, como um imutável e perpétuo papel e não como algo que precisa ser superado. Nessa perspectiva terapêutica não há uma visão da possibilidade de superação através da resistência, da luta por melhores condições de vida, na busca de emancipação humana, na organização e transformação do modo de produção e reprodução atual, caduco e podre, bem como de desmonte dessa lógica mercadológica centralizadora, excludente e totalitária. E, provavelmente Foucault continue tendo razão: atualmente, ao lado das lutas tradicionais contra a dominação (de um povo sobre outro, p.ex.) e contra a exploração (de uma classe sobre outra, p.ex.) é a luta contra as formas de assujeitamento, isto é, de submissão da subjetividade que prevalecem. Notadamente, hoje, precisamos analisar criticamente as instituíçoes, pois elas utilizam valores pretensamente universais, encarnados nos direitos fundamentais do homem, para instrumentalizar velhas políticas de dominação e de extorsão.
Como poderia o império capitalista e as instituições se manterem
caso não capturassem o desejo de milhões de pessoas? Como se auto-punição e ao mesmo tempo uma punição institucional, mas apenas como negação do desejo e das sensibilidades humanas. Assim, toda forma de coerção moralista gera um efeito borboleta. 9 Claro que a ajuda didática, de orientação ao percurso de pesquisas são norteadoras, mas não devem ser estabelecidas como verdades absolutas, mas simplesmente um roteiro sem rota pré-definida, simplesmente crítica e criativa. 10 Evidentemente, que essa terapeutização vem desde da antiguidade até aos nossos dias, com nuances em diversas épocas. Na antiguidade a terapia aparece de maneira laica. Vide: MARINOFF, Lou. Mais Platão e menos prozac. Também, o advento do Cristianismo e da teologia institucionalizada inverteu a qualidade da participação humana, para aceitação da graça divina. Vide: NIETZSCHE, O anticristo. 11 FOUCAULT, M. Ditos e escritos: ética, sexualidade, política; V.5. R.J.:Florense universitária. 2004, pág. 225 - 318. Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008
expandiria se não vendessem a todos a promessa de um modo de vida, suscitando necessidades de desejos? Pois parece um fato: “o que hoje compramos cada vez mais são maneiras de ver e de sentir, de pensar e de perceber, de morar e de vestir, ou seja, consumimos formas de vida”. Essa circunstância é fato geral, da população de miseráveis às elites; no consumismo atual, o consumidor e seus desejos tornam-se mercadoria, objetos e os desejos fundamentais do homem, como amor, afeição ou respeito recíproco se compram graças à propaganda capitalista em forma de carros Hylux, Mercedes, em sapatos da Nike, de vestidos de Karl Lagerfeld e perfumes de Chanel, paletós de Armani e camisas de Boss.
Então o homem com seus desejos e mercadoria é um objeto sem
alma, ele transita de uma condição de cidadão para um capital humano da Sociedade Anônima (S.A), na qual ele trabalha, ele tem um valor que se pode objetivar na produção e por isso ele também pode ser substituído de uma hora a outra por um outro capital humano, mais jovem, mais eficiente. A produção não é pela condição da subjetividade mas pela acumulação do capital do dono da Sociedade Anônima (S.A). O homem só se torna instrumento e não se estabelece como meta (em oposição da filosofia de Kant), o capitalismo do consumo objetivista instrumentaliza o homem totalmente, isso faz com que ele se aliene (aliené) e depois gere a necessidade - na visão da economia - de uma terapia., claro do psiquiatra. e assim o sistema capitalista fica autopoiesis e nunca se mudaria; portanto, os homens ficam mais e mais neuróticos, psicóticos e doentes. Será que se faz mister, de novo, uma análise crítica da sociedade doente para liberar o homem do sistema econômico doentio e mortal do
Pretendo refletir o questionamento comum presente no debate:
como quebrar esse pardigma? (pergunta de Iberto); Se é possível superar, então qual o caminho? (pergunta de Cleber); Será que a superação da intolerância e da alienação não poderiam aparecer como possibilidades para uma mudança de comportamento e alicerceres para uma nova teoria crítica, transformadora?
Inicio afirmando que não sei responder tais questionamentos e que
gostaria de refletir com vocês. Pois sou da opinião que essas respostas não surgem de sabidos, ou de intelectuais austeros e nem de sistemas ideológicos escritos em gabinetes de estudos; mas sim de diálogos vivenciados por "sabedorientes" que explodem da imobilidade. 12 PELBART, Peter Pál. Exclusão e biopotência no coração do Império. Palestra apresentada em 2004. Professor da PUC-SP, autor do livro A vertigem por um dia. S.P.:Iluminuras, 2000. Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008

Portanto, sinto que seria oportuno citar Foucault,

Meu papel consiste em mostrar às pessoas que elas são muito mais livres do que
pensam; que elas tomam por verdade, por evidência alguns temas que foram
fabricados em um movimento particular da história; e que esta pretensa evidência
pode ser criticada e destruída. Mudar algo no espírito das pessoas: esse é o papel de
um intelectual
.

Faço essa referência para frisar que o desafio de mudar algo e/ou
alguém não é tarefa apenas dos intelectuais, mas de qualquer um que se disponha a criar agires, a produzir novas leituras e a proporcionar importância aos novos intercessores.
Cabe a cada um e a quem se interessar participar, dando voz ao
sentimento, desnudando o indizível, exercitando o invisível, de coração aberto, de ouvidos desejosos e desejantes dos riscos, de pensamento nômade, sendo resistente, engajando-se, parindo-se, fazendo-se renovadamente, experienciando criticamente num exercício de descolar-se do fato em si; tentando, a si e ao seu redor, uma criação no acontecimento, clandestino no evento.
Desgrudar do padrão torna-se além do tempo imediato;
desconstruir-se da imagem focada numa redoma; desprender-se da mentalidade medíocre, de rebanho e moralista; num movimento de erupção, vivenciar pensamento-corpo-vida, como um inteiro e não numa totalidade dialética.
Para tanto, não precisa ser superdotado de qualquer qualidade,
apenas criativo, permite-se libertar da estagnação e se propiciar a possibilidade de confrontar com os "mistérios", de questionar o desconhecido, de colocar em dúvida o que está posto e imposto, de se envolver com a vida vivida. Fazermo-nos atores e autores de nossa própria realidade, vasculhar nossa historicidade, nos projetarmos na nossa cotidianidade, nos fazermos personagens da realidade humano-social-político-cultural. Pensando, refletindo, criticando, problematizando, sendo gerador de visões novas, gestando singularidades, estabelecendo relações, diversificando as novidades, estabelecendo rompimentos com a passividade.
Mesmo dentro das instituições, como também fora, tivemos alguns
exemplos significativos: Sartre, com a recusa do Prêmio Nobel de Literatura; Dom Hélder Câmara, na disputa do Programa Agrário; Frei 13 FOUCAULT, M. Dits et écrits. Vol. 4, Paris: Gallimard. 1994; p.777-783. Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008
Leonardo Boff, com a proposta da Teologia da Libertação; dentre outros. Diante da condição de uma visão crítica de seu processo de compreensão, não recuaram, descolaram-se do fato, da mesmice, e propuseram, ousaram, tornaram-se acontecimentos; influenciaram geração, jorraram deliberação, desprenderam-se do peso, do ressentimento e possibilitaram os devires. Bem ao contrário das atitudes das mães, que sabendo dos seus filhos torturados pela rebeldia desses aos sistemas vão pedir perdão ao seu algoz: o Estado, na figura do poder executivo. Ou ainda pior, quando o jogador Ronaldinho, envolvido no "escândalo" de programa com prostituição homossexual, perdeu a grande oportunidade de passar de ser o ator coadjuvante (o melhor jogador do mundo, com o contrato mais milionário do planeta) para um grande ator principal (alguém que pudesse desconstruir, ao mesmo tempo, dois pré-conceitos: a questão da prostituição e da opção sexual), e questionar o estabelecido, ir além, demolir a imagem pré-fabricada de marionete. O que ele fez? Reagiu prestando conta da sua libido, expondo os seus desejos subjetivos a uma moralidade objetiva, já há muito falida, fingida e podre.
E nós, já pensamos quantas vezes perdemos a oportunidade de
estudar-ruminando, sentir-introspectando, analisar-criticando, dialogar-ouvindo, deliberar, colocar-se em cena, engajar-se políticamente e desenvolver capacidades de nos desterritorializar constantemente; mas perdemo-nos por covardia de confrontar com o risco, por má-fé e por falta de respeito, de dignidade humana, de capacidade em deliberar? Conclusão

.Talvez, essas reflexões nos inspirem potencialmente criações de
alternativas que desmascarem conceitos pré-estabelecidos, e quiçá nos estimule a vivenciar alguma possibilidade de devires. Pois, hoje, filosofia é criação. Referências

BOLTANSKI, L. e CHIAPELLO, E. Le nouvel esprit du capitalisme.
Paris: Gallimard, 2000.
CAMUS, Albert. Essais. Paris: Gallimard, 1965.
FOUCAULT, M. Dits et écrits. Vol. 4, Paris: Gallimard. 1994; p.777-783.
_______. Ditos e escritos V.5. R.J.:Florense universitária. 2004, pág. 225 -
318.
KAFKA, Franz. Metamorfose. São Paulo: Cia. das Letras, 2000.
14 Como pensava Kafka, em Metamorfose, e Camus, em Essais. Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008
MARINOFF, Lou. Mais Platão e menos prozac. São Paulo: Ed. Record, 2004. NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo. Trad. Paulo Cesar de Sousa. São Paulo: Cia. das letras, 2007. PELBART, Peter Pál. Exclusão e biopotência no coração do Império. Palestra apresentada em 2004. Professor da PUC-SP, autor do livro A vertigem por um dia. S.P.:Ilunimuras, 2000. RIFKIN, J. A era do acesso. S.P.:Makron, 2002 Professora do curso de filosofia da UECE Coordenadora do Grupo de Estudo Sartre – GES - UECE e Simone de Beauvoir. Kairós - Revista Acadêmica da Prainha Ano V/1, Jan/Jun 2008

Source: http://www.catolicadefortaleza.edu.br/wp-content/uploads/2013/12/4.Eliana-Paiva-UM-RECORTE-DEMARCADOR-NA-%C3%89TICA-CONTEMPOR%C3%82NEA-formatado-corrigido-ok.pdf

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